segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Conta-me

E hoje, diz-me tu, quem fomos? Conta-me o que amámos.
E hoje, diz-me tu, quem somos? Conta-me em quem nos tornámos.
E hoje, diz-me tu, quem seremos? Conta-me se alguma vez realmente existimos.
É que foi numa sala como esta em que nascemos. É que será  longe daqui que morreremos.
E um dia disseste-me que não existem fantasmas, mas eu sou assombrada pelo que nesse dia mais tememos.
Está escuro. Está frio. Chove.
Não há futuro, o passado morreu. O presente ilude. Tu matas. Eu morro. Mas ainda respiro.
Diz-me tu: quem és?
Conta-me quem sou.

Sem comentários:

Enviar um comentário