quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Um passarinho no coração

Era uma vez uma menina feliz que tinha um passarinho no coração.
O seu passarinho era artista.
Nas aulas de arte, a menina desenhava pessoas, mas a professora não gostava dos seus trabalhos, porque as pessoas que a menina desenhava eram desproporcionais.
O que a professora não percebia era que o pai tinha a cabeça demasiado grande porque era muito inteligente, a avó uma grande barriga para caber lá todo o seu coração e a mãe uma boca gigante porque era muito feliz.
A menina ficava aborrecida e passeava sozinha na escola à procura de alguém que achasse "normal", para o poder desenhar. Um dia, encontrou o rapaz perfeito.
O passarinho que tinha no coração começou a bater as asas tão rápido, que a menina teve medo que ele voasse do seu corpo. O passarinho tinha ficado contente porque encontrou ali a razão da sua arte. E sempre que via o menino, a menina e o seu passarinho riam e ficavam felizes.
O tempo passou, e a menina percebeu que o menino não tinha o coração tão grande como a avó, nem era tão inteligente como o pai e nunca ficava tão feliz como a mãe.
Então, a menina deixou de gostar do menino, mas o seu passarinho ainda voava lá dentro cada vez que o via.
A professora começou a gostar dos seus trabalhos porque o passarinho só desenhava o menino. Sempre o mesmo, com todas as proporções corretas.
O seu passarinho estava preso numa gaiola sem chave porque o que a professora achava bom eram as proporções do menino, que não era muito inteligente, nem muito simpático, nem muito feliz. E nem a inteligência do pai, nem o coração da avó, nem a felicidade da mãe o podiam salvar.
A menina andava sempre triste, porque gostava mais das pessoas que tinham uma cabeça, ou uma barriga ou uma boca grande e queria voltar a desenhá-las como antes.
Mas o seu passarinho nunca deixou de desenhar o menino e a menina sabia que ele estava preso para sempre numa gaiola sem chave.

domingo, 10 de novembro de 2013

A urgência do livro na mesa de cabeceira. Abraçá-lo no colo.
A urgência de um abraço quente, de uma chávena de café.
A urgência da manta nos pés e o cliché de um domingo chuvoso. Que hoje não o é, por acaso, mas há tempestades cá por dentro e às vezes não há chapéus de chuva que nos salvem.
E ouço as siren(e)s do Eddie ao longe, a chegar perto. E sei que se há sirenes que me salvem, são as dele. Grito fundo e sei que ele me ouve, do outro lado do mundo, sei que ele me salva, sei que ele me colhe, me planta.
Mas a urgência continua, as sirenes procuram incessantes por algo para curar, mas o vazio é a doença mais temível pois não há cura que o preencha.
Hoje o céu azul chorou lágrimas de esperança e cai-me o cliché aos pés e estou farta deste mundo de drama onde pensam que a vida é arte, mas ela é só puta. ups.
Esta adolescência revolta-me e o facto de hoje ter dito três vezes que o livro que estava a ler era 'dos anjos' e de me terem feito sentir vergonha disso idem.
Chateia-me (não, não me aborrece, chateia-me!) o preconceito de uns que tudo o que toda a gente gosta, ou que vende muito, é necessariamente mau e o preconceito dos outros de que tudo o que é igual é que presta. O mundo vai para lá desses limites concebidos para mentes pequeninas, minha gente. Porque o Crepúsculo é uma boa saga, está bem escrito e é de uma inteligência extrema alguém conseguir conceber um outro mundo daqueles e relatá-lo num livro. E... adivinhem? O CD que ouvi hoje dos Passenger, sem ser a música 'Let Her Go', porque alguém já a saturou, também é muito bom!
Ontem vi o Into the Wild pela última vez e...

Esperem aí que isto depois continua. O MEU IRMÃO BRUNO ACABOU DE CHEGAR, ASSIM DE SURPRESA COMO SEMPRE, ESTOU A VIVER O CLICHÉ DA FELICIDADE DA MINHA VIDA E VOU SÓ ALI TENTAR ACREDITAR QUE ELE ESTÁ MESMO SENTADO NO SOFÁ.
Mas isto continua, han

terça-feira, 5 de novembro de 2013